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PANAMBY

Morar no Panamby: tudo de bom

2 de setembro de 2020

Matéria originalmente publicada na Edição nº 1 da Panamby Magazine, de Abril/2014

Por Luiza Oliva

O hoje valorizado Panamby já foi cheio de ruas de terra e com raras opções de comércio e serviços. Antigos moradores convivem com gente recém-chegada – e todos aprovam o verde e a tranquilidade do bairro.

No final de 1986 Bruno Isaac tinha nove anos e sua vida mudou radicalmente. Seu pai, que sempre gostou da natureza e de lugares tranquilos, resolveu transferir a residência da família da agitada Rua Oscar Freire, nos Jardins, para o bucólico Panamby. “Foi um choque, especialmente para a minha mãe. A única padaria da região era a Casablanca, supermercado só havia o Paes Mendonça, mas sem acesso pela rua de trás.

Para chegar lá éramos obrigados a pegar a ponte do Morumbi”, recorda.

Bruno lembra que a Rua Deputado Sussumu Hirata, onde a família morava, no edifício Parc des Princes, um dos únicos da região, era asfaltada apenas próximo a Giovanni Gronchi. E nem de longe a avenida principal do bairro parecia com o cenário atual: “Vacas atravessavam a Giovanni e trânsito só havia de manhã, próximo às escolas.” O Granja do Morumbi, condomínio de casas, já existia, “o restante era mato e terra”, diz. Bruno, seu pai e seu irmão mais novo praticavam mountain bike onde hoje fica o condomínio Villaggio Panamby. Foi assim que nasceu sua paixão pelo ciclismo.

Na adolescência, Bruno chegou a participar de competições de mountain bike. Ainda solteiro, mudou-se com os pais para outro condomínio, na Rua Nelson Gama de Oliveira. Hoje continua um ciclista inveterado e apaixonado pelo bairro. “Quando nos casamos, eu e Juliana quisemos morar perto de uma das famílias. Juliana é da Vila Mariana, mas optamos pelo Panamby.”

O casal não se arrepende da escolha: pais de Gabriel, com seis anos, e Rafaela, de quatro, aproveitam o bairro em família. Gostam de ir à Pizzaria 1900 e ao restaurante japonês Aoyama. Curtem juntos também caminhadas ou passeios de bicicleta pelas ruas arborizadas. O casal participa de um grupo de bikers que faz roteiros pela cidade. Aos domingos, costumam sair pedalando do Panamby e chegam ao Mercado Municipal, no centro. Lazer à parte, Juliana trabalha no próprio bairro e Bruno na Berrini. Ele brinca que está “no olho do furacão”, mas busca soluções para driblar o trânsito, como sair mais cedo do escritório e trabalhar em home office o restante do expediente. Um projeto é mudar seu endereço comercial para bem perto de casa. “Agora há uma boa oferta de edifícios comerciais no Panamby”, repara.

Bruno aponta a entrada e a saída do Panamby como o que mais o incomoda, mas vê melhorias, como a nova Avenida Hebe Camargo. “Ela está bem urbanizada e iluminada. Uso tranquilamente.” Mas, nem de longe o trânsito, nem mesmo a violência, faz a família pensar em mudar do bairro. Bruno infelizmente já foi vítima da violência urbana, mas nunca no Panamby: foi assaltado no Ipiranga e outra vez roubaram sua bicicleta, que estava acorrentada, no estacionamento do Mercado Municipal, no centro. “Adoro meu bairro. Se fosse para sair daqui, optaria por ir embora de São Paulo. Mas eu e Juliana ponderamos que ainda não é hora. Decidimos mudar recentemente para um apartamento maior, que compramos inclusive de uma antiga moradora do bairro, que foi para uma casa na Granja do Morumbi.”

Esse, aliás, é um movimento comum a moradores que passaram a infância e juventude no Panamby – dificilmente saem do bairro. Outro exemplo é o de Aline Inagaki de Lorenzo. Aline e a família chegaram ao Granja do Morumbi, condomínio de casas próximo ao Colégio Porto Seguro, em 1988. Aline reconhece que o “Granjão”, como ela carinhosamente chama o condomínio, “era o meio do mato, longe de tudo”. “Mas também não havia trânsito, então nem era tão longe assim”, resume. Aline estudava no Porto Seguro e tinha amigos de todos os cantos da cidade: uns vinham dos Jardins, outros de Alphaville e Granja Vianna.

Ela acompanhou de perto o surgimento do bairro. “Vi o Jardim Sul abrir, o Paes Mendonça virar Extra, quase todos os prédios em volta da Rua José Ramon Urtiza subirem. As ruas também foram sendo abertas aos poucos. Era tudo de terra. Eu, pessoalmente, não estranhei muito, porque era criança. A grande mudança foi sair de uma casa que era na rua, para uma dentro de condomínio. Isso, sim, fez diferença e eu agradeço meus pais por isso. Tenho grandes amigos de infância que cresceram aqui e quase todos continuam no bairro”, aponta Aline.

Já adulta, a menina criada no bairro saiu durante alguns anos da cidade, mas quando voltou não pensou duas vezes ao se decidir por onde iria morar. “A estrutura comercial foi crescendo e os preços dos imóveis eram bons comparados com outros bairros. Eu já estava acostumada por aqui e, pensando em ter uma família no médio prazo, ponderei que esta sempre foi uma região com boas opções de escolas.”

Hoje, Aline, o marido e o filho continuam no bairro, em um condomínio com muitas opções de lazer. Para ela, é fantástico estar perto da família e de muitos amigos. Ela elogia as opções de lazer, como o Shopping Jardim Sul, “especialmente o cinema, que é ótimo”, pizzarias como Mercatto e Camelo e a churrascaria Poncho Verde, que frequenta desde criança. A moradora acredita que o bairro cresceu, um pouco de forma desordenada, como o resto da cidade. O trânsito a incomoda e a violência a assusta. “Abri mão de ter muitas coisas que eu gostaria por causa de assalto. Já fui assaltada vezes suficientes para estar bem resolvida com o desapego! (risos) Meu carro é pequeno e discreto, não uso bolsas caras, carteiras, canetas, relógios ou qualquer tipo de acessório que já me levaram algum dia”, justifica.

SEM CRUZAR A PONTE

O trânsito e a violência não são exclusividade do Panamby, acreditam muitos moradores. “São, infelizmente, uma realidade da nossa cidade como um todo”, conclui Angelica Massoni Sabatini, há 16 anos no bairro. “Viemos para cá em busca de escolas para nossos dois filhos e de um apartamento com área maior daquele em que morávamos no Itaim Bibi. Achamos o bairro bonito, arborizado e estar perto da escola das crianças era prioridade”, argumenta. Angélica confessa que estranhou a oferta de serviços no bairro. Afinal, estava acostumada com o Itaim, onde é possível fazer muita coisa a pé, pertinho de casa. “Naquela época não tínhamos tantos profissionais aqui, como médicos, dentistas e serviços.

Para quase tudo voltávamos a nosso bairro de origem. Mas, com o tempo, conhecemos melhor o Panamby e o próprio bairro foi crescendo e nos oferecendo quase tudo o que precisávamos”, nota.

Angélica percebe que hoje os serviços são bem direcionados para o público do bairro, como casais com filhos, proprietários de pets, famílias que gostam de supermercados diferenciados e gente que simplesmente aprecia caminhar pelo bairro, “para curtir a natureza que ainda temos por perto”, completa.

Hoje, Angélica, o marido e os filhos curtem os restaurantes de diversas especialidades que encontram próximo de casa, como ótimas pizzarias, japoneses, botecos, italianos. “Enfim, podemos comer bem sem cruzar a ponte!” Eles também são assíduos ao Shopping Jardim Sul e Angélica elogia a praticidade: “Não é um shopping muito grande e lá podemos resolver vários assuntos.”

Famílias com filhos em idade escolar, casais recém-casados, jovens solteiros, todos em busca de qualidade de vida, verde e facilidade de serviços. Esses são perfis comuns a moradores do Panamby. Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp, empresa especializada em pesquisas para o mercado imobiliário, lembra que o processo de verticalização do Panamby iniciou em meados da década de 1980. O especialista cita alguns pontos importantes para o surgimento do bairro: a inauguração do Shopping Jardim Sul, em 1990, a criação do parque Burle Marx e a abertura da Avenida Dona Helena Pereira de Moraes, ligação entre a Marginal Pinheiros e a Vila Andrade. Mas, Pompéia é taxativo: “A grande âncora do Panamby é o verde, o próprio parque e a possibilidade de amplas vistas de seus apartamentos. Uma parte de seus moradores tem uma maravilhosa vista do Rio Pinheiros e de todo o skyline da cidade. Além do bonito horizonte, as unidades têm excelente insolação”, diz. Mesmo os apartamentos com visões menos privilegiadas costumam ter o verde como vizinho. “Por conta da topografia o bairro tem vistas relaxantes. Enfim, é muito bem servido do ponto de vista ambiental.”

Também do ponto de vista viário, o Panamby é privilegiado, com importantes vias próximas – Marginal Pinheiros, Avenidas João Dias e Giovanni Gronchi. Opções de transporte coletivo, como o metrô e o monotrilho, que chegarão em breve à região, trarão benefícios mas não impacto direto ao Panamby, já que as estações previstas não estão localizadas propriamente no bairro, mas próximas, acredita Pompéia. Os apartamentos de alto padrão são a imensa maioria, inclusive entre os lançamentos. Segundo Pompéia, quando se fala no Morumbi de maneira geral, o Panamby tem ultrapassado o Real Parque em padrão e em valores de seus apartamentos.

NÉVOA PELA MANHÃ

Rafael Pereira, diretor da imobiliária Imóveis no Morumbi, vê com bons olhos a chegada de sofisticados empreendimentos como o Parque Global e melhorias prometidas, como a construção de duas pontes. “Além de melhorar a infraestrutura da região, são fundamentais para uma valorização que certamente ainda não atingiu o seu potencial máximo.” Para Rafael, morar no Panamby é um excelente investimento para a vida e para o bolso. “O Panamby continua sendo uma das melhores regiões de São Paulo para se morar. O verde abundante, a proximidade da Marginal Pinheiros e o alto padrão dos seus imóveis fazem do Panamby um bairro nobre e cada vez mais atraente”, afirma.

Para ficar perto do trabalho, Daniel Schiliro escolheu recentemente o Panamby para viver. Trocou Moema pelo bairro e está satisfeito. Sua primeira impressão foi relativa ao clima: “O Panamby é bem mais fresco.

Venta muito mais e de manhã vemos aquela névoa sobre as árvores, coisa que não se observa mais na grande maioria dos bairros de São Paulo.” Ele sente falta de serviços 24 horas, como farmácias. Mas, para Daniel, as vantagens, como a presença do verde, superam as possíveis deficiências de um bairro em desenvolvimento.

O jovem Panamby tem atraído jovens moradores. O casal Adriana MacAdden e Daniel Lopes escolheu um apartamento na região em 2009. Adriana comenta que tinham outras opções, mas decidiram-se pelo Panamby pela proximidade do local onde ambos trabalhavam, pelo valor dos imóveis, “mais em conta desse lado da Marginal Pinheiros”, e pela tranquilidade do local. Adriana conhecia o bairro: uma tia mora no Morumbi há muitos anos e sua avó já morou próximo. A reurbanização do entorno da favela Paraisópolis tem agradado: Adriana e Daniel elogiam as novas rotas de trânsito. “Está sendo bom para o Panamby.”

(Bruno e Rafaela, sua companheira de passeios pelo bairro: infância no Panamby)

 

Pais da pequena Beatriz, de um ano, eles aprovam o Parque Burle Marx e o Shopping Jardim Sul. “O Parque tem opções para todos os gostos, como locais para piquenique e muitas árvores, o que é ótimo para os dias de sol.” Os macaquinhos e as tartarugas e cisnes do lago encantam Beatriz. Eles costumam também visitar a feira de orgânicos aos sábados. Já no shopping, elogiam a praça de alimentação, a variedade de lojas e as exposições e instalações com atividades para as crianças em algumas datas.

Adriana gosta do espaço família com ótima sala de alimentação, espaço para amamentação e trocador, além de banheiros exclusivos para uso de crianças. O casal utiliza ainda a área de serviços do Extra Morumbi e, pertinho de casa, aproveitam a nova padaria Colina Verde. “Tem ótimo atendimento, variedade e produtos deliciosos.”

(Adriana, Beatriz e Daniel: satisfeitos com o bairro)


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